Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ (1984), mestrado em Medicina Veterinária (Parasitologia Veterinária) pela UFRRJ (1989), doutorado em Entomologia pela Louisiana State University - LSU (1998) e pós-doutorado em Entomologia Veterinária pela LSU (2012). É pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária desde 1987, atualmente no Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (Embrapa Gado de Corte). Desenvolve pesquisas aplicadas na área de Entomologia Veterinária, com ênfase em biologia, ecologia, controle e resistência de dípteros de importância pecuária.
Pesquisas em Entomologia Veterinária
AIE, Anemia Infecciosa Equina, Armadilha, Boophilus microplus, Calliphoridae, Cochliomyia, Doenças de equídeos, Dípteros muscóides, Haematobia irritans, Muscidae, Pantanal, Prevenção, Resistência, Scarabaeoidea, Stomoxys calcitrans, Tabanidae, Transmissão por vetores, Trypanosoma evansi, acaricida, anaplasmose, anti-helmíntico, babesiose, besouro rola-bosta, biodiversidade, bioensaio, biologia, carrapato, cattle tick, ciclo biológico, coccidiose, conservação, controle, controle biológico, controle químico, ecologia, ectoparasita, epidemiologia, fitoquímico, forrageiras anti-carrapato, helminto, horn fly, hospedeiro, inseticida, jacare, miíase, morcego, morcêgo hematófago, mosca-doméstica, mosca-dos-chifres, mosca-dos-estábulos, mutuca, organofosforado, resistencia, sanidade animal, sazonalidade, sinergista, surto, tabanideo, tabanídeo, taxonomia, transmissão mecânica, tripanosoma, tripanosomose e vetor
Com Alessandra Corallo Nicacio, Alexandra Rocha de Oliveira, Andrea Alves do Egito, Carolina Castilho Dias, Eriklis Nogueira, Fabiane Siqueira, Flabio Ribeiro de Araujo, Gelson Luis Dias Feijo, Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes, Gracia Maria Soares Rosinha, Lenita Ramires dos Santos, Luiz Orcirio Fialho de Oliveira, Marlene de Barros Coelho Caviglioni, Maxwell Parrella Andreu, Newton Valerio Verbisck, Paula de Almeida Barbosa Miranda, Paulo Henrique Duarte Cancado, Pedro Paulo Pires, Renato Andreotti e Silva, Roberto Augusto de Almeida Torres Junior, Rodrigo da Costa Gomes, Sergio Raposo de Medeiros, Thais Basso Amaral e Vanessa Felipe de Souza.
A intensificação dos sistemas de produção, tanto para produção de carne, quanto de leite, aumentou a importância e a prevalência das doenças parasitárias, em particular dos ectoparasitos, acarretando prejuízos bilionários à pecuária. Infelizmente, a produção de açúcar e álcool não está livre dessa praga, uma vez que essa cadeia produtiva está relacionada com o aumento dos surtos de moscas hematófagas, após a proibição da queima das plantações de cana-de-açúcar para colheita, agravada pela prática da fertirrigação com vinhaça. Dentre os ectoparasitas, o carrapato-dos-bovinos Rhipicephalus (Boophilus) microplus e a mosca-dos-estábulos Stomoxys calcitrans estão entre os mais relevantes para a pecuária e indústria sucroalcooleira (relacionada aos surtos de S. calcitrans), pois além dos danos diretos aos animais, podem ser vetores de doenças animais ou ainda acarretar problemas de saúde pública. Os relatos de parasitos resistentes a todos os fármacos disponíveis no mercado é um fator cada dia mais comum, sendo caracterizado pelo aumento da pressão de seleção desses antiparasitários sobre populações de parasitos, acarretando controle desordenado dessas pragas (carrapato dos bovinos e mosca-dos-estábulos) na criação de bovinos e na cadeia sucroalcooleira nacionais. O R. (B.) microplus causa prejuízos estimados de U$3,24 bilhões ao ano no Brasil e a S. calcitrans U$ 300 milhões apenas na pecuária, não sendo computados os gastos na prevenção de surtos pela cadeia sucroalcooleira. O uso excessivo de antiparasitários acarretou inúmeros relatos científicos de resistência aos produtos comerciais para o controle de carrapatos, sendo um dos fatores mais preocupantes nos sistemas de produção de ruminantes e, mais recentemente no controle de surtos de moscas; além de estarem diretamente relacionados aos resíduos fármacos nos alimentos de origem animal e no ambiente, comprometendo a saúde humana e animal. A demanda por sistemas de produção orgânicos, ou que não se baseiem exclusivamente na utilização de produtos químicos, a fim de aumentar a vida útil dos mesmos, tem aumentado vertiginosamente. Assim, pesquisas com foco no desenvolvimento de novas moléculas bioativas vegetais para uso exclusivo no controle de ectoparasitos, ou em sinergia com fármacos comerciais, equipamentos para controle físico (eletricidade ou laser) e formas de controle biológico do carrapato bovino e da mosca-dos-estábulos têm se intensificado. O objetivo é desenvolver insumos e equipamentos antiparasitários a partir de bioativos vegetais, formulações nanoestruturadas, controle biológico ou aparelhos emissores de eletricidade ou radiação com foco na prevenção de surtos de Stomoxys calcitrans e no controle do Rhipicephalus microplus em bovinos.Como resultados dessa proposta espera-se desenvolver novas metodologias, insumos e equipamentos que possam ser incorporados em sistemas de controle integrado de ectoparasitos, agregando vantagens como: diminuição do número de aplicações de fármacos antiparasitários; serem mais sustentáveis e ecologicamente corretos quanto aos impactos ambientais e segurança alimentar; aliados ao aumento da longevidade da eficácia dos antiparasitários comerciais.
Com Carolina Castilho Dias, Filipe Toscano de Brito Simoes Correa, Guilherme Cunha Malafaia e Rodrigo Carvalho Alva.
Com Camilo Carromeu, Carolina Castilho Dias, Paulo Henrique Duarte Cancado e Rodrigo Carvalho Alva.
Surtos da mosca dos estábulos vêm causando prejuízos para os produtores de gado situados nas proximidades de usinas sucroalcooleiras. Atualmente as atividades sulcroalcooleira e pecuária estão encontrando enormes dificuldades de crescimento em função dos prejuízos diretos e indiretos decorrentes dos surtos de S. calcitrans. Os surtos desta mosca já atingem seis estados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Os prejuízos diretos para o produtor de gado de corte são de aproximadamente 20%, enquanto para os produtores de leite o prejuízo chega aos 60% durante os surtos. Para as usinas os prejuízos são indiretos e difíceis de serem mensurados. Para solucionar o problema em curto prazo e, consequentemente, minimizar os surtos, o presente projeto tem como objetivo desenvolver uma plataforma de monitoramento e alertas para surtos de forma automatizada. A plataforma de monitoramento será composta por um conjunto de sistemas interdependentes que vão proporcionar o processamento e análise de um grande número de amostras de forma rápida. O resultado das análises será o alerta para os surtos. Além da sua aplicação direta para o monitoramento da mosca-dos-estábulos, a tecnologia poderá ser adaptada para outras pragas, o que a torna aplicável à praticamente todas as culturas agrícolas e pecuárias. Espera-se, através do desenvolvimento dessa plataforma de monitoramento, promover ganhos de eficiência no controle da mosca-dos-estábulos e na prevenção dos surtos, levando à redução dos prejuízos diretos e indiretos decorrentes da praga.
Com Luiz Orcirio Fialho de Oliveira e Paulo Henrique Duarte Cancado.
Com Paulo Henrique Duarte Cancado.
A mosca dos estábulos, Stomoxys calcitrans L. (Diptera: Muscidae) parasita especialmente equinos e bovinos e, em situações específicas, pode parasitar outros mamíferos inclusive o homem. Para a bovinocultura, os prejuízos diretos variam de 10 a 30% de redução no ganho de peso ou até 50% de redução na produção de leite. Pelo fato de possuir hábito alimentar intermitente, esta mosca também é descrita como vetor mecânico de algumas importantes enfermidades para bovinos e equinos. Surtos da mosca-dos-estábulos, S. calcitrans, vêm causando prejuízos para os produtores de gado situados nas proximidades de usinas de cana-de-açúcar na região sul de Mato Grosso do Sul, que são frequentemente incriminadas pelos produtores locais como a fonte primária destes surtos. Através do projeto, foram determinados aspectos importantes sobre a biologia de S. calcitrans neste sistema agroecológico singular, informação necessária para o conhecimento preciso das reais causas dos surtos, o que possibilitará o desenvolvimento de programas de controle efetivos. O projeto viabilizou, ainda, a formação de agentes multiplicadores para a capacitação de técnicos sobre as tecnologias disponíveis no controle da mosca-dos-estábulos, além de possibilitar o avanço no conhecimento sobre a epidemiologia e aspectos sazonais desta praga e sua relação com a atividade sulcroalcooleira.
Com Ademilson da Silva Oliveira, Alessandra Corallo Nicacio, Andrea Alves do Egito, Camilo Carromeu, Celso Dornelas Fernandes, Davi Jose Bungenstab, Elcione Ramos Simplicio, Everson Wolff Silva, Fabiane Siqueira, Gelson Luis Dias Feijo, Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes, Gilson Picinin da Silva, Gracia Maria Soares Rosinha, Guilherme Cunha Malafaia, Janaina Paula Marques Tanure, Jaqueline Rosemeire Verzignassi, Karem Guimaraes Xavier Meireles, Lenita Ramires dos Santos, Leondre de Oliveira Santos, Lucia Gatto, Lucimara Chiari, Manuel Claudio Motta Macedo, Margarida Maria de Figueiredo Pinheiro, Marlei de Souza Vicente, Newton Valerio Verbisck, Paulo Henrique Duarte Cancado, Paulo Henrique Nogueira Biscola, Pedro Paulo Pires, Ramiro Bernardo da Silva Filho, Renato Andreotti e Silva, Roberto Giolo de Almeida, Roberto Marostica, Rodrigo Amorim Barbosa, Rodrigo Carvalho Alva, Rodrigo da Costa Gomes, Ronney Robson Mamede, Sandro Silvio Pinheiro, Teste da Silva, Valdemir Antonio Laura e Vanessa Felipe de Souza.
Nas últimas décadas, cresceu a preocupação da sociedade quanto aos impactos ambientais e sociais causados pela agricultura. A adoção de sistemas de produção agropecuária baseados em princípios ecológicos é uma opção capaz de promover o desenvolvimento rural sustentável, mas ainda é preciso promover avanços científicos que subsidiem seu funcionamento, bem como tecnologias apropriadas a eles. Este projeto contribuiu para a evolução do conhecimento nas áreas de manejo dos recursos naturais, produções vegetal e animal pós-colheita e socioeconomia. Para tanto, o projeto englobou ações de pesquisa com enfoque analítico, conduzidas sob condições de campo e de ambiente controlado, com o intuito de obter produtos e processos para a agricultura orgânica, como genótipos adaptados de espécies animais e vegetais, insumos, além de técnicas de manejo conservacionista do solo, manejo ecológico de pragas e doenças, processamento de alimentos, entre outras. Ações com enfoque sistêmico também foram englobadas, em unidades de pesquisa de produção orgânica vinculadas aos centros da Embrapa. Por fim, atividades de pesquisa ligadas à construção participativa do conhecimento tiveram lugar em unidades de produção de referência pertencentes a agricultores, que se envolveram tanto na concepção da pesquisa quanto na validação das tecnologias geradas. Assim, contribuiu-se para o avanço do conhecimento no processo de produção orgânica, tratando de temas como o entendimento das interações bióticas e o estabelecimento de novos desenhos de sistemas agroecológicos de produção, além de possibilitar o desenvolvimento de tecnologias que contribuam para a conservação dos recursos naturais, favorecendo a geração de empregos e contribuindo para a manutenção do homem no campo, também agregando valor e diminuindo os custos de produção.
As doenças parasitárias são consideradas um grande obstáculo à produção dos animais de criação. Os antiparasitários sintéticos têm sido a principal forma de controle, entretanto, devido ao seu uso intenso e indiscriminado, surgiram problemas de resistência dos parasitas e de resíduos nos alimentos de origem animal e no ambiente. A fitoterapia pode ser uma ferramenta na redução dos mesmos, além de prolongar a vida útil dos produtos comerciais hoje disponíveis. Atualmente, os estudos fitoquímicos de extratos vegetais fornecem informações quanto à natureza dos bioativos, o que permite o monitoramento da qualidade dos extratos e embasamento para elaboração de formulações antiparasitárias. Na presente proposta, os extratos vegetais serão produzidos e estudados fitoquimicamente. Dozes espécies vegetais serão investigadas com relação à sua ação antiparasitária, bem como isolados das mesmas e outros comprados comercialmente. Será realizado estudo dos componentes voláteis, estudo dos componentes fixos por produção de frações com solventes e análise cromatográfica. Está prevista a tentativa de síntese e o desenvolvimento de formulação (CNPGL e UNICAMP) a ser avaliada a campo. Uma formulação ectoparasiticida tipo pulverização teria maior probabilidade de ter resultados de eficácia. As informações geradas pelo projeto poderão embasar o desenvolvimento de outros produtos tecnológicos.
Última atualização em 18/02/2019 13:55:53.